O livro “Histórias de Taiwan” escrito por Cláudia Presser
Sepé narra os contos que conheceu através de seu marido Yen Ko Cheng, um taiwanês.
O livro é composto de nove contos populares de Taiwan, crenças, costumes,
mistérios; enredos que vão do cômico ao trágico; da bravura à vingança. O livro
será lançado no dia 06 de novembro no pavilhão de autógrafos da 62ª Feira do
Livro de Porto Alegre, às 19h. O livro já está disponível na banca da AGEI, na feira.
Como
surgiu a ideia do livro?
A ideia do livro surgiu de uma curiosidade pessoal sobre a cultura de meu marido: desde que começamos a namorar eu pedia para ele me contar fatos de sua infância, como era a vida dele em Taiwan (ele veio de lá com 12 anos), já que vivera toda a infância e início da pré-adolescência lá. E nesses bate-papos e na convivência diária, meu marido foi me ensinando algumas palavras (frases) em mandarim (língua oficial), músicas típicas e me mostrando a culinária local (ele é um excelente cozinheiro e sabe fazer muitos pratos da cozinha taiwanesa). A ideia de escrever o livro veio nessa esteira , mas com o objetivo de deixar as histórias da tradição oral, ouvidas por meu marido no tempo em que viveu em Taiwan, registradas como arquivo histórico-familiar, para nosso filho sempre lembrar e valorizar sua origem taiwanesa e passar adiante, para as próximas gerações.
Como foi a produção do livro?
A produção do livro levou , mais ou menos, 5 anos, porque ,depois que meu marido me contou as histórias, e eu as registrei, o projeto ficou engavetado por um bom tempo. Neste ano pude agilizar mesmo a produção do livro.Contratei uma agência de publicidade para fazer a arte (e, aí, muitas reuniões para decidir capa, tipo de letra, cor das imagens, tamanho do livro). Depois foi a maior dificuldade encontrar um ilustrador (felizmente uma colega de Artes aceitou o desafio). Usamos desenho e fotografias de Taiwan na composição das ilustrações. Finalmente a revisão de todo o material: essa, definitivamente, é a parte mais massacrante. Some-se a isso a quantidade de informações culturais de Taiwan presentes nas histórias, que demandaram explicações em notas de final de livro, sob pena de, sem elas, o leitor ficar com uma compreensão parcial do enredo das histórias. Fazer um livro é realmente trabalhoso, mas o resultado final compensa.
Qual o seu conto preferido?
O meu conto preferido é " A lenda do fantasma da flor de tofu", porque foi o primeiro que meu marido me contou e adoro o enredo. Só não posso contar agora, porque o livro ainda não foi lançado
Um costume que tu admiras da cultura taiwanesa?
Um dos costumes que admiro é o hábito de se tirar o calçado antes de entrar em casa ( isso é bem higiênico, pois levamos uma quantidade enorme de bactérias e sujeiras para dentro de casa.) E também a importância que a comida tem para o povo taiwanês: comer é sempre uma festa e motivo para reunir toda a família.
Uma situação inusitada que tu tenhas passado dentro da cultura taiwanesa?
Uma situação inusitada: no interior de Taiwan, a presença de gaijins (estrangeiros) é incomum. Então, andando pelas ruas de Tainan, cidade onde vivem meus sogros, por diversas vezes os moradores quase se acidentaram com suas scooters ( há milhares de scooters circulando pela cidade) olhando para mim.
Uma dica pra quem pretende conhecer Taiwan?
Dica: Não deixe de conhecer o Taiwan Modern Toilet, o restaurante banheiro: toda a decoração é inspirada na temática " banheiro": os assentos são privadas; as bebidas, servidas em réplicas de mictórios, e as refeições também são servidas em miniprivadas. Pode parecer de gosto duvidoso, mas rende boas risadas para que tem senso de humor.
Entrevista: Susi Tesch
Foto: Divulgação
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